Mobilização e apelos ao voto intensificam-se a partir de hoje, dia em que arranca a campanha oficial para o referendo sobre a despenalização do aborto. Partidos e movimentos vão para a rua e novos cartazes de ambas as posições que vão a votos serão afixados.
O PS quis marcar o início do período oficial de campanha com um apelo de António Costa à mobilização geral dos socialistas pelo "Sim". Contra o aborto clandestino e contra a penalização da mulher são as duas mensagens principais, defendeu o dirigente ontem em conferência de imprensa na sede do Largo do Rato. Ao mesmo tempo, Costa defendeu prudência em relação às sondagens, sustentando que o PS tem "a convicção de que a boa opção para Portugal é a vitória do 'Sim'".
São dois os objectivos para a recta final pré-referendo a intensificação das acções de rua e a redução da abstenção. Como garantiu ao JN o bloquista Francisco Louça: "Farei o possível para evitar uma abstenção acima dos 50%. Irei a empresas de madrugada, andarei pelo país inteiro ". O cenário do referendo ser meramente indicativo nem sequer é assim colocado. E, na contagem decrescente, mostram-se os derradeiros trunfos e aquece-se o debate. Na mira de todos está Marques Mendes que considerou enganadora a pergunta do referendo.
"A estratégia é lançar a confusão sobre a pergunta para criar abstenção", ataca Louçã, lembrando que o PSD viabilizou a questão que no dia 11 é colocada aos portugueses. "Quem põe em causa a pergunta só o faz porque quer que o resultado do referendo seja 'Não'. O que Marques Mendes não leva até às últimas consequências é que quer que as mulheres vão para a cadeia", reforça a dirigente nacional do PCP Fernanda Mateus.
Enquanto o democrata-cristão Luís Lagos lembra que foi o seu partido o primeiro a alertar para o problema da pergunta, ao ponto de ter apresentado uma alternativa, a defesa do presidente do PSD fica para Azevedo Soares. "Estão a fazer da luta pelo aborto uma luta partidária", considera, ao JN, o vice-presidente social-democrata.
Daniel Oliveira do Movimento Voto Sim disse ao JN que haverá mobilizações de rua por parte do Sim em todos os distritos, enquant o a Plataforma do Não promove já hoje uma sessão pública em Braga com Zita Seabra e Maria José Nogueira Pinto.
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