sexta-feira, outubro 20, 2006

Paulo Camacho sobre o Referendo

Os portugueses têm a estranha e deplorável mania de deixarem que os outros tomem decisões por si. E quanto mais difíceis as decisões, mais os portugueses parecem demitir-se.

A questão do aborto é certamente um dos maiores dilemas que se pode colocar a um ser humano. Logo, o que faz o português? Vira as costas e assobia para o ar. Ou, quanto muito, põe uma cruzinha à frente do quadrado correspondente à opção "não sabe/não responde" - e deixa que alguém decida por ele.

A avaliar pelos resultados de uma sondagem que vamos divulgar no Jornal da Noite de hoje, o segundo referendo sobre o aborto terá a mesma (fraca) participação que teve o primeiro, com uma afluência às urnas inferior aos 50%, insuficiente para dar força vinculativa ao resultado.

Os resultados da sondagem mostram ainda duas coisas que dizem muito de nós.

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